Pássaro Livre [Sao Paulo 2003] Imprimir E-mail
Hoheisel & Knitz


Pássaro Livre – Vogel frei [Sao Paulo 2003]






Proposal/Fotomontage Hoheisel&Knitz [2003]

The copy of the portal which was buildt as a birds-case installed behind the original portal of the prison Tiradentes







Pássaro Livre – Vogel Frei

A instalação Pássaro Livre/Vogel Frei, dos artistas alemães Horst Hoheisel e Andreas Knitz no Projeto Octógono da Pinacoteca do Estado, é uma evocação poética de uma passagem da historia recente do Brasil. Trabalhando em colobaração por quase uma década, as dois artistas desenvolem propostas de intervenções e construções em espaços públicos e privados a partir de referentes históricos e lugares de conflitos sociais, politicos e culturais como o Campo de Concentração de Buchenwald, a Chefatura de Policia de Kassel ou o porto de Tel Aviv. Esses trabalhos colocam em questão noções de memõria e monumento, cativeiro e libertação, problematizam as narrativas históricas, envolvem arquivos e testemunhos e propõem o que eles chamam de »memoriais/contramemoriais«, por confrontarem a História institucionalizada.

Pássaro Livre/Vogel Frei é uma gaiola de pássaros que reproduz em escala real o Pórico tombado pelo patrimônio histórico nacional do extinto Presídio Municipal Tiradentes, um dos mais antigos da cidade de São Paulo, localizado a poucos metros da Pinacoteca e lugar identificado com a história da repressão política e social durante os governos militares no Brasil contemporâneo. Com a reconstituição do portal os artistas criam uma ambientação que remete aos espaços exiguos de confinamento em prisões e ao hisórico particular do presidio paulistano. Nele estão colocados pombos, que são libertados semanalmente, numa referência a liberação dos prisoneiros que passaram pelo presídio. Os pombos revestem-se de significado especial, pois representam anseios de paz e harmonia.


Ivo Mesquita

Ivo Mesquita, curator and art critic, Pinacoteca do Estado Sao Paulo


A instalação de Hoheisel e Knitz reconstitui o portal do antigo presídio Tiradentes e foi especialmente
concebida para o octógono da Pinacoteca, dentro do "Projeto Octógono Arte Contemporânea",
iniciado em janeiro deste ano e pensado como um espaço de debate sistemático acerca
da produção e das idéias que conformam a contemporaneidade nas artes visuais.
Demolido em 1973, depois de abrigar inúmeros detentos e numerosos motins, o presídio Tiradentes,
um dos primeiros da cidade e pioneiro no modelo 'Auburn' de minúsculas celas individuais,
teve seu portal poupado e tombado em 1985. Reconstituindo tal portal, os artistas pretendem
criar uma ambientação que remeta às extintas celas e sugira um paralelo destas com gaiolas,
recolocando a noção de liberdade. Para reforçar as significações deste memorial e ampliar
as possibilidades de interpretação da instalação, serão também realizadas
performances de abertura e encerramento.

As obras realizadas nos últimos anos pela dupla de artistas, que trabalha em parceria desde 1995,
têm como temática principal a memória e os conflitos de memória relacionados ao período nazista.
Hoheisel, inicialmente cientista florestal (por dois anos trabalhou nas florestas da Venezuela), estudou
posteriormente arte e escultura em Kassel, e desde 1985 seu trabalho é voltado a novas formas
de memoriais e contra-memoriais. Knitz, arquiteto, realiza desde 1995 projetos de arte e intervenções
em espaços públicos e os projetos em conjunto com Hoheisel.

Doze pombas estarão, a partir de hoje, engaioladas num imenso portal feito de grades, na Pinacoteca do Estado. Tal portal é uma réplica da entrada do antigo presídio Tiradentes, onde, na década de 60, estiveram detidos vários presos políticos.

O trabalho, denominado "Pássaro Livre/Vogel Frei", dos alemães Horst Hoheisel e Andreas Knitz, é a primeira instalação feita especialmente para o projeto Octógono, da Pinacoteca, um espaço dedicado à arte contemporânea que já recebeu obras de Mário Merz e Leonilson.
"Esse é o modelo que queremos desenvolver, ao receber artistas que desenvolvem um trabalho na cidade e com ela se relacionam", conta Ivo Mesquita, curador do espaço.

A idéia de convidar Hoheisel e Knitz e usar o presídio Tiradentes como tema foi do diretor da Pinacoteca, Marcelo Araújo.
"Conheci o trabalho de ambos sobre memória e achei que seria adequado encomendar uma obra para o Octógono, já que o presídio Tiradentes localizava-se muito próximo da Pinacoteca", afirma Araújo.


Demolição


O presídio foi demolido em 1973 e apenas o portal restou como um monumento na avenida Tiradentes. "Temos uma cultura do apagamento, poucos sabem o que representa aquele portal e o trabalho dos alemães tem sido justamente resgatar a memória de situações históricas", afirma o diretor da Pinacoteca.

Desde 1995, Hoheisel e Knitz realizam trabalhos, especialmente na Alemanha, cujo tema é a recuperação da história. O Holocausto tem sido um de seus principais objetos. Em Weimar, por exemplo, a dupla utilizou escombros do edifício sede da Gestapo, a polícia nazista, para criar o piso de um centro de documentação com obras de Goethe.
»Trabalhamos sempre a partir de um local específico, que se torna o catalisador do projeto«, conta Knitz. Hoje, na abertura da instalação, um dos pombos será libertado pelo jornalista Alípio Freire, ex-preso do complexo Tiradentes.
A cada sábado, outro pombo será libertado até que, no dia 7 de setembro, último dia da exposição, os pombos que restam serão libertados. A proposta dos artistas é que o portal-gaiola seja instalado posteriormente em frente ao original, onde fica a sede do batalhão Tobias de Aguiar. Fonte: Folha Online.

Esta obra de Hoheisel e Knitz é uma forma de homenagem aos presos políticos encarcerados no antigo Presídio Tiradentes, durante o regime militar. Como parte do Projeto Octógono Arte Contemporânea da Pinacoteca, os dois artistas alemães reconstruirão, em forma de gaiola de pássaros, o portal do presídio, que restou em pé depois da demolição do prédio, não muito longe do museu. A escultura-portal – que abrigará pombos-correios que serão libertados, um a cada sábado – fará recordar, como obra de arte associada às idéias de cativeiro, libertação, orientação, retorno e memória, a história do Presídio Tiradentes e de São Paulo.
As obras realizadas nos últimos anos pela dupla de artistas, que trabalha em parceria desde 1995, têm como temática principal a memória e os conflitos de memória relacionados ao período nazista. Hoheisel, inicialmente cientista florestal (por dois anos trabalhou nas florestas da Venezuela), estudou posteriormente arte e escultura em Kassel, e desde 1985 seu trabalho é voltado a novas formas de memoriais e contra-memoriais. Knitz, arquiteto, realiza desde 1995 projetos de arte e intervenções em espaços públicos e os projetos em conjunto com Hoheisel.
A esta exposição seguir-se-ão outras duas, uma em setembro/outubro, no Centro Universitário Maria Antonia, a outra em outubro-dezembro, no Museu Lasar Segall.


Pássaro Livre – Vogel frei
Horst Hoheisel e Andreas Knitz


Iniciado em janeiro de 2003, com a instalação do artista italiano Mario Merz, o Projeto Octógono Arte Contemporânea tem a intenção de ser, no quadro das atividades do museu, espaço de debate sistemático acerca da produção e das idéias que conformam a contemporaneidade nas artes visuais. Para tanto, são apresentados trabalhos inéditos realizados especialmente para o local, bem como remontagens de obras importantes para o conhecimento e difusão da arte contemporânea.
Dentro do projeto, a Pinacoteca apresenta, entre 02 de agosto e 07 de setembro, uma instalação especialmente projetada para o local pelos artistas alemães Horst Hoheisel e Andreas Knitz, intitulada ‘Pássaro Livre – vogel frei’. Com trabalhos de instalações e intervenções que abordam, há quase uma década, questões relativas à memória e conflitos memoriais, Hoheisel e Knitz conceberam, para o espaço da Pinacoteca, uma obra que evoca uma passagem especialmente delicada e singularmente significativa da história brasileira recente.
Demolido em 1973, depois de abrigar inúmeros detentos e numerosos motins, o presídio Tiradentes, um dos primeiros da cidade e pioneiro no modelo ‘Auburn’ de minúsculas celas individuais, teve seu portal poupado e tombado em 1985. Reconstituindo tal portal, os artistas pretendem criar uma ambientação que remeta às extintas celas e sugira um paralelo destas com gaiolas, recolocando a noção de liberdade. Para reforçar as significações deste memorial e ampliar as possibilidades de interpretação da instalação, serão também realizadas performances de abertura e encerramento.